Foi uma campanha cheia de energia, a militância mais animada de todas, uma equipe dedica e motivada. Mas não ganhou.
Foi uma campanha construída com participação das pessoas ouvindo o povo, com apoios expontâneos. Mas não ganhou.
Foi uma campanha com propostas concretas, sem pirotecnia, sem promessas vazias. Mas não ganhou.
Foi uma campanha com o candidato (a candidata) mais preparado, com vitórias visíveis em debates e respostas claras aos questionamentos. Mas não ganhou.
Foi uma campanha bonita, com muitas propostas e sem atacar os adversários. Mas não ganhou.
Foi uma campanha de vencedora, ou vencedor, todos diziam que era o, ou a, melhor, que era evidente seu espírito público. Mas não ganhou.
Foi uma campanha de baixo custo, que não comprou votos e declarou a verdade ao tribunal e no Plano de Governo registrado. Mas não ganhou.
Foi uma campanha limpa, que não mentiu nem enganou. Mas não ganhou.
Foi uma campanha histórica, respeitosa, bonita, positiva. Mas que perdeu.
Foi uma campanha inegavelmente com o melhor nome para a cidade, experiente, craque em gestão, como todos diziam querer. Mas que perdeu.
Os adversários jogaram baixo, sempre mostraram evidente despreparo, sempre deixaram clara a própria incompetência, sempre escancararam que seus interesses pessoais e de grupos falam mais alto. Mas ganharam. Não perderam.
O povo é sábio, não é?
O povo merece o governante que elege, não é não?
O povo dá votos, no final das contas e nas urnas, e tira o poder de voto, quando lhe convém. Digite o número.
Mas… Mas por que o povo confunde ‘que vença o melhor’ com ‘que seja eleito o pior’? Confere.
Na apuração dos fatos e sentimentos, o povo é democrático por natureza, feito escorpião. Aperte o enter.
A campanha deixa claro que nem tudo está perdido, a imagem política da candidata ou do candidato melhorou, que o propósito social foi reforçado, e que a luta segue. Mas. Porém.
Campanha é perder ou ganhar, sem tergiversação. Política é perder e, ainda assim, ganhar.
O tempo é o mesmo para os vitoriosos e os derrotados.