Os médicos credenciados à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia iniciam, a partir das 7h desta segunda-feira (9), uma paralisação de três dias. O movimento, anunciado pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), foi definido em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última quarta-feira (4) e reflete a insatisfação crescente da categoria com a gestão da saúde na capital.
Entre as principais demandas dos médicos estão a regularização do abastecimento de medicamentos e insumos básicos, melhorias nas condições de trabalho, segurança nas unidades de saúde e manutenção de equipamentos e exames laboratoriais. Além disso, a categoria denuncia atrasos no pagamento de salários e irregularidades nos repasses ao INSS.
“Chegamos a um ponto insustentável. Não há como prestar um atendimento de qualidade à população quando faltam recursos básicos e os profissionais enfrentam atrasos nos seus vencimentos,” afirmou um representante do sindicato.
Durante a paralisação, serão mantidos apenas os atendimentos de urgência e emergência, conforme exige a legislação. Consultas regulares e procedimentos eletivos ficarão suspensos até a retomada completa das atividades.
Crise na Saúde de Goiânia
A paralisação dos médicos ocorre em um momento de grave crise na Saúde de Goiânia. O sistema enfrenta sucessivas denúncias de falta de medicamentos, insumos e condições precárias de trabalho, além de episódios de violência em unidades de saúde.
A situação foi agravada por trocas frequentes na chefia da SMS e pelo impacto das investigações que levaram à prisão do ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara, durante a Operação Comorbidade. Desde então, a pasta tem enfrentado dificuldades para estabilizar sua gestão, intensificando os problemas na rede pública de saúde.
Resposta da SMS
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que os salários dos médicos credenciados foram pagos na quarta-feira (4) e que ações estão sendo tomadas para normalizar o abastecimento das unidades.
“Em conformidade com o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e da Procuradoria Geral do Município (PGM), a secretaria realizou a compra emergencial de insumos e medicamentos para abastecer as 13 unidades de urgência e emergência da rede municipal,” declarou a SMS.
No entanto, as medidas foram consideradas insuficientes pelo sindicato, que reforça a necessidade de soluções mais estruturais e a retomada de um diálogo efetivo entre a categoria e a gestão municipal.