A população indígena no Brasil cresceu 89% entre 2010 e 2022, de acordo com o Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo revela que atualmente existem 1,69 milhão de indígenas no país, representando 0,83% da população total. Esses dados refletem um aumento de 88,96% na população indígena nos últimos 12 anos.
A maioria dos indígenas no Brasil (71,55%) vive em Terras Indígenas reconhecidas, homologadas ou em processo de regularização. O levantamento também mostra que as regiões Norte e Nordeste concentram as maiores quantidades de localidades indígenas. A região Norte abriga 44,47% da população indígena do país, destacando-se principalmente nos estados do Amazonas e Pará. Já o Nordeste apresenta 20,59% das localidades indígenas no Brasil.
Distribuição geográfica e mudança nas condições de vida
O estudo também destacou uma mudança importante no perfil da população indígena: mais da metade (53,97%) agora reside em áreas urbanas, comparado a 36,22% em 2010. Estados como Goiás, Rio de Janeiro e o Distrito Federal apresentaram altos percentuais de indígenas vivendo em áreas urbanas, refletindo um aumento na urbanização entre os povos indígenas. Porém, estados como Mato Grosso e Maranhão ainda apresentam uma maior concentração de indígenas em áreas rurais, com mais de 79% vivendo fora de centros urbanos.
Avanços no nível educacional e desafios no saneamento básico
Outro dado relevante é a queda na taxa de analfabetismo entre a população indígena. De 2010 a 2020, a taxa de analfabetismo caiu de 23,40% para 15%, o que mostra um progresso significativo na educação indígena. A redução foi ainda maior em áreas rurais, onde a taxa de analfabetismo caiu de 32,16% para 20,80%.
No entanto, a população indígena ainda enfrenta desafios no acesso a serviços básicos, como saneamento. Em áreas urbanas fora das Terras Indígenas, 13,3% dos indígenas têm acesso precário à água potável, enquanto a média nacional de acesso à água é de 97,28%. Em relação ao esgoto, apenas 59,24% dos indígenas em áreas urbanas fora das Terras Indígenas têm acesso a redes de esgoto, uma taxa bem abaixo da média nacional de 83,05%.
Conclusão
Os dados do Censo 2022 do IBGE mostram que, embora a população indígena tenha crescido significativamente, ainda há desafios significativos a serem enfrentados. O aumento da população, a melhoria nas taxas de analfabetismo e a maior urbanização são avanços importantes, mas o acesso a serviços essenciais, como água e esgoto, ainda é uma questão prioritária para garantir melhores condições de vida para os povos indígenas no Brasil.