Por Herivelto Nunes em 31/12/2024 - 08:00
Os discursos dos dirigentes de Goiás, Vila Nova e Atlético são os mesmos. Todos elegem como objetivo na temporada o título do estadual e acesso para a série A. Vencer o campeonato goiano é a conquista possível para nossos clubes. Subir para a série A, uma conquista mais difícil, mas possível para os três. O problema é depois, disputar a série A e permanecer na Elite, sem envergonhar nosso futebol como fez o Atlético em 2024. Esse sobe e desce é ruim para o futebol goiano, que fica estigmatizado no cenário nacional como um futebol “bate e volta”, sem credibilidade.
Ocorre que se não conseguirem mudar o sistema de gestão dos clubes, é isso que vai acontecer. Essa mudança tem nome, é a SAF, grupos financeiros capazes de investir grandes quantias para alavancar a estrutura dos clubes e montar times competitivos para disputar na parte de cima da tabela do campeonato da série A. Com o dinheiro destinado aos clubes pelos detentores dos direitos do campeonato, é possível montar times medianos, como está acontecendo agora com Goiás, Vila e Atlético. A começar pelos técnicos, Vila e Atlético, principalmente, foram bem modestos. Estão apostando em treinadores menores que o tamanho de cada um. O Goiás foi mais audacioso, trouxe Jair Ventura, um técnico muito respeitado tanto na série B como na série A.
Mas os jogadores que estão sendo contratados, são aqueles andarilhos da série B. Trocam de times constantemente, mas a grande maioria em nível de segunda divisão. A alegação é a mesma de sempre: orçamento limitado. No campeonato goiano são grandes. O título estadual não deve fugir desses três clubes. O problema é que o campeão pensa que tem um timaço porque ganhou o estadual e vai para a competição nacional sem reforçar o elenco e, invariavelmente, “quebra a cara”. E o pior é que, lá para os meses de março e abril não se encontram mais bons jogadores disponíveis. Os melhores já estarão empregados.
O grande desafio para Goiás, Vila e Atlético, nem será subir para a série A e sim permanecer por lá. Os clubes da Elite se distanciaram demais em termos orçamentários daqueles que estão na série B, por isso a luta ficou muito desigual. Foi nesse cenário que o Atlético Goianiense foi tão mal esse ano. Primeiro, ganhou o campeonato goiano e ficou comemorando achando que o time estava pronto para o campeonato brasileiro da série A. O resultado foi expressado por Adson Batista, quando afirmou em uma entrevista que “nunca apanhou tanto na vida”. Então o caminho é esse mesmo traçado pelos clubes, conquistar o campeonato goiano, que é importante para os três e tentar o acesso para a série A. Caso conquistem o acesso, que estejam preparados para a guerra da Elite, que é cruel, principalmente para os menores.
