O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), voltou a criticar o modelo atual de distribuição de emendas parlamentares, especialmente o chamado “orçamento secreto”. Segundo ele, essa prática tem enfraquecido o presidencialismo, comprometendo a autonomia do Executivo e transferindo poder excessivo ao Legislativo. “A figura do presidente foi ficando fragilizada diante dessa ameaça que é imposta. Ele entrega aquilo que é prerrogativa dele para o Congresso, para o Supremo — que legisla em matérias que são do Congresso também”, criticou.
Durante participação em um evento com empresários nesta segunda-feira (6), na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, Caiado afirmou que o Brasil vive um “semiparlamentarismo disfarçado”, em que a governabilidade depende da liberação de emendas para parlamentares, e não de um projeto de governo coeso. “O presidencialismo foi destruído. Hoje quem governa são as emendas parlamentares”, declarou.
O governador goiano também expressou preocupação com a forma como os recursos das emendas parlamentares estão sendo direcionados, muitas vezes sem critérios técnicos ou prioridade estratégica para os estados e municípios. Ele defendeu uma revisão profunda nas regras orçamentárias e mais responsabilidade na aplicação dos recursos públicos.
Caiado tem se posicionado como uma das vozes mais críticas ao atual modelo de relação entre Executivo e Legislativo e, ao mesmo tempo, é citado como possível nome para a disputa presidencial em 2026.
Em sua rede social, o governador publicou que o evento foi uma verdadeira sabadina e que ele “passou no teste”. “Em São Paulo, participei do Ciclo de Debates promovido pela @fundacaofhc reforcei algo que defendo há muito tempo: o Brasil precisa voltar a discutir com seriedade os problemas que realmente afetam a vida da população. Em Goiás, mostramos que é possível governar com responsabilidade fiscal, segurança pública eficiente e avanços sociais concretos. Nosso país tem tudo para ser protagonista, mas falta direção, coragem e compromisso com quem trabalha e produz”, publicou.