Maísa Lima se tornou “encantada”, como diria Guimarães Rosa. Muito cedo, aos 52 anos, e feliz por estar de volta a uma redação de jornal
“Você não faz ideia da saudade que eu tava de redação”, disse logo que começou a trabalhar com a gente, no Tribuna do Planalto, o que ocorreu em agosto deste ano. De outra, mandou a seguinte mensagem: “Eu tô parecendo pinto no lixo de feliz de ter voltado pra redação de jornal. Você sabe como é, a gente que ama o Jornalismo, não dá conta de ficar muito tempo afastado.”
Dona de um texto delicioso, que conseguia levar o leitor pra dentro da notícia, Maisa tinha também um senso de humor que quebrava gelo, rompia barreiras e criava laços. Era uma presença marcante até mesmo no grupo de WhatsApp.
Trazia, dos tempos de redação no Popular e Jornal do Tocantins, aquele espírito de equipe: estava junto até o fechamento e era a primeira a comemorar a qualidade da edição.
Ao que tudo indica, Maisa não resistiu a mais uma crise de asma. Faleceu nesta madrugada no apartamento em que morava. Sobre a doença, certa vez ela respondeu quando questionada se havia melhorado: “Não. Rárárá! Mas o tempo não para, né, amiga. E doença crônica a gente tem de lidar com ela de um jeito ou de outro. Senão vira choro e ranger de dentes. E eu tô sem tempo pra chorar.”
Maisa deixa um vazio enorme em nossa equipe e em nossos corações.
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