O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, renovou acusações de corrupção na gestão anterior da Saúde e afirmou que a auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS), solicitada pela vereadora Aava Santiago (PSDB), tem viés político. Ao comentar a investigação, Mabel apontou irregularidades milionárias que, segundo ele, ocorriam na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz e acusou o ex-secretário Wilson Pollara, preso no ano passado, de desvio de verba.
“Querem fazer auditoria porque eu diminuí 12 milhões. Pois vou diminuir ainda mais. Agora, com gente competente. Porque se não tiver competência, não fica lá. Tem que atender bem com o que tem — e o dinheiro que tem é mais do que suficiente”, declarou o prefeito.
Segundo Mabel, os repasses mensais para a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), gestora das maternidades, eram de até R$ 20 milhões. “Hoje se paga R$ 12 milhões e se faz muito mais. Temos seis OSs querendo fazer por 10, 11 milhões. Se pagava 20 milhões para o Pollara transferir dinheiro para os fornecedores dele. Era corrupção ali dentro”, disparou.
Ele reforçou o pedido para que a Câmara Municipal solicite uma auditoria nos últimos quatro anos do SUS em Goiânia, e não apenas no atual mandato. “Peçam pra trás! O passado é caso de polícia. Quem tem que apurar é a polícia. Eu não sou polícia. Eu administro. Mas vocês, vereadores, podem pedir essa auditoria do que era feito antes”, afirmou.
Mabel apresentou ainda comparações entre os valores pagos por leitos de UTI. Segundo ele, enquanto no passado uma diária de UTI era paga por até R$ 4.800, hoje a média é de R$ 1.200. “Nós cortamos R$ 8 milhões que passavam a mais para fazer fraude com fornecedor. Por isso foi todo mundo preso na Saúde”, disse. “Não querem olhar onde tem problema, querem olhar politicamente. Para nós, pode olhar o que quiser, não temos problema.”
O prefeito afirmou que a Fundahc tem sido cobrada por resultados. “Tem que andar melhor”, resumiu.
Ao mencionar diretamente o ex-secretário de Saúde, Mabel foi enfático: “A Aava pediu auditoria no nosso mandato? Não tem problema algum. Ela precisava pedir quando se pagava R$ 20 milhões para o Fundahc e o Pollara passava o dinheiro lá dentro para pagar os fornecedores que ele queria”, finalizou.