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PT: tralhas prontas para eleger, ao menos, dois federais em Goiás


Avatar Por Redação em 12/11/2021 - 00:00

Foto: Reprodução/YouTube|Foto: Reprodução/YouTube

 

 

 

O PT não elege mais de um deputado federal em Goiás há três eleições. A última vez em que Rubens Otoni, eleito cinco vezes para o cargo, saiu de disputa com colega vitorioso foi em 2006, quando Pedro Wilson também foi escolhido para ser um dos 17 goianos na Câmara dos Deputados. Em 2002, ano em que o partido chegou à Presidência da República com Lula, Neyde Aparecida e o mesmo Otoni foram levados pela onda petista. Agora, depois de 12 anos com somente um nome no Congresso, a legenda se prepara e tem como maior aposta garantir a reeleição do atual representante e eleger pelo menos mais um. 

Observados os números de eleitos para a Câmara no país, percebe-se que a quantidade de vitoriosos caiu inversamente à de anos do partido no poder. Em 2002, foram 91 federais eleitos, sendo dois em Goiás, Rubens Otoni e Neyde Aparecida. Na eleição pós-escândalo do Mensalão, 2006, foram menos, mas ainda entre os maiores, 83 eleitos e novamente dois deles em Goiás, sendo Otoni e Pedro Wilson, alçado pela gestão na prefeitura de Goiânia, entre 2001 e 2004. A partir de 2010, com apenas Otoni por Goiás, as cadeiras na Câmara foram 88; 70, em 2014; e 56, em 2018.

Na última eleição, Otoni foi eleito com 83.063 votos, enquanto o companheiro de chapa com a segunda colocação, Professor Zé do Carmo, recebeu apenas 12.668. Menos de um terço da deputada estadual do partido, a Delegada Adriana Accorsi, 39.283 votos. Ao todo, os votos dos petistas candidatos a deputado federal em Goiás chegaram a 141.962.

Bem diferente de 2002, início do domínio petista no país, quando Rubens Otoni obteve 77.181 e Neyde Aparecida, 82.248. Total de 232.111 votos. Vinte anos depois, sem coligações para candidaturas proporcionais, o partido terá de atingir para cada eleito, pelo menos, 270 mil dos 4,6 milhões de votos do estado, conforme dados do TSE até outubro

deste ano. Ou seja, o PT em Goiás terá de dobrar o sucesso tido em seu auge, 2002.

“A orientação da direção nacional é para que os estados, e vale para Goiás, sustentem candidaturas próprias ao governo para aproveitar a volta do presidente Lula aos palanques e fortalecer os deputados federais”, diz um membro do PT. Segundo ele, o partido trabalha para voltar a ser campeão de cadeiras na Câmara dos Deputados para, num eventual governo Lula, facilitar a governabilidade. 

“Lula lidera em todas as pesquisas, para primeiro e segundo turnos. Então, o projeto é já entrar [na Presidência] com o apoio da maioria para evitar boicote dos partidos aliados ao atual governo. Com a maior bancada será mais rápida a conquista de outros apoios”, explica ele.

Mensalão foi por apoio no Congresso

Denunciado pelo então deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em 2005, o Mensalão foi um esquema de pagamento de propina a deputados para que votassem temas de interesse do governo Lula. Os valores pagos a cada um eram de aproximadamente R$ 30 mil mensais. 

Foi instalada então, na Câmara dos Deputados, a CPI do Mensalão, que investigou os pagamentos. Em 2007 a denúncia foi recebida e só julgada em 2012 ,pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os participantes foram acusados pelo Ministério Público de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, evasão de divisas, peculato e gestão fraudulenta.

O processo foi relatado pelo ministro Joaquim Barbosa, que ganhou notoriedade e apoio popular ao ponto de ser aclamado e convidado por diversos partidos para disputar a Presidência, em 2014. Foram julgados 38 réus. Desses, 12 foram absolvidos, um morreu durante a tramitação do processo e 25 foram condenados por um ou mais crimes.

“Boa avaliação de Lula vai transferir votos para petistas goianos”, diz cientista político

Sociólogo e cientista político, Lehninger Mota explica ser natural um presidenciável, no caso Lula, quando bem avaliado, puxe votos para candidatos do seu partido. “O caso mais nítido e recente desse fenômeno foi o da eleição de 2018, quando o PSL, um partido considerado nanico à época, fez a maior bancada da Câmara graças à popularidade de seu candidato, Jair Bolsonaro.”

Segundo ele, para que os proporcionais consigam se beneficiar da popularidade dos concorrentes das chapas majoritárias e haver, assim, a transferência de votos, é necessário haver um alinhamento da agenda de campanha. O cientista político cita pesquisa do Instituto XP/Ipespe,realizada no dia 03/11, em que mostra Lula na liderança em todos os cenários para presidente. “Muito provavelmente essa boa avaliação dele vai transferir votos para os candidatos petistas Goiás.” 

Lehninger observa, no entanto, que o possível aumento do número de votos dos candidatos petistas em Goiás não se trata de uma ativação ou reativação do petismo e a presença de Lula nos palanques e numa candidatura nacional. “Até mesmo porque o PT tem uma militância limitada em Goiás. O fator decisivo para o aumento dos votos nos petistas goianos é que a agenda da campanha tende a ser de temas que o PT sempre dominou, como o combate à fome, por exemplo, que assola nosso país neste momento”, explica o cientista.

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