A Polícia Federal (PF) está à procura de Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, policial civil investigado por suposta ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Rogerinho integra a equipe de segurança do cantor sertanejo Gusttavo Lima e é alvo da Operação Tacitus, deflagrada nesta terça-feira (17).
O nome do policial foi mencionado na delação do empresário Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro deste ano com dez tiros na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Segundo a delação, Rogerinho teria ficado com um relógio do empresário, e imagens publicadas em redes sociais seriam provas do suposto envolvimento em transações ilegais.
Operação Tacitus
A ação conjunta entre a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpre oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. Cerca de 130 policiais federais, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, participam da operação.
As investigações apontam para um esquema que envolve:
- Manipulação e vazamento de informações sigilosas;
- Venda de proteção a criminosos;
- Corrupção ativa e passiva;
- Operações de lavagem de dinheiro favorecendo o PCC.
De acordo com a PF, os envolvidos poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de bens, crimes que, somados, podem resultar em penas de até 30 anos de prisão.
Rogerinho e o perfil investigado
Rogerinho, que tem mais de 100 mil seguidores no Instagram, se apresenta nas redes sociais como proprietário da construtora Magnata Construção e Incorporação. Além disso, ele é apontado como sócio de uma clínica de estética e de uma empresa de segurança privada, apesar de receber pouco mais de R$ 7 mil como policial civil.
A Polícia Federal realizou buscas em endereços ligados a Rogerinho, mas ele não foi localizado até o momento.
Declarações e posicionamento oficial
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha as diligências e colabora com a operação conduzida pela PF e o Ministério Público.
O espaço segue aberto para manifestações da defesa do policial civil Rogério de Almeida Felício.
Significado da operação
O nome Tacitus faz referência ao termo em latim que significa silencioso ou não dito, em alusão à forma de atuação discreta da organização criminosa investigada.