A Prefeitura de Goiânia informou que vai colaborar com a auditoria anunciada pelo Ministério da Saúde nas três maternidades públicas da capital: Hospital e Maternidade Dona Iris, Maternidade Nascer Cidadão e Maternidade Célia Câmara. A iniciativa, conduzida pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DenaSUS), pretende apurar os impactos das recentes mudanças realizadas pela administração municipal, incluindo cortes orçamentários e reestruturações nos atendimentos.
A reorganização dos serviços nas maternidades motivou posicionamento da médica pediatra Larissa Lucena, que denunciou fechamento da Maternidade Célia Câmara. O prefeito Sandro Mabel (UB) desmentiu a médica e cobrou retratação.
Em nota encaminhada à Tribuna do Planalto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) declarou estar “à disposição para prestar todos os esclarecimentos e colaborar com o processo de auditoria, assim que ele for formalmente iniciado”.
Segundo a pasta, a atual gestão recebeu as maternidades em situação de colapso deixada pelo governo anterior e, desde então, adotou medidas emergenciais para garantir o funcionamento das unidades, como a compra imediata de medicamentos e insumos.
Ainda de acordo com a SMS, já foram repassados neste ano R$ 71 milhões à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades. A secretaria também reafirmou o “compromisso da atual administração com a transparência e a correta aplicação de recursos públicos”.
A auditoria federal foi solicitada pela vereadora Aava Santiago (PSDB), que levou ao Ministério da Saúde documentos denunciando possíveis prejuízos aos serviços oferecidos nas unidades. A parlamentar criticou, entre outros pontos, a desativação do atendimento de urgência na Maternidade Célia Câmara, que passou a operar apenas com serviços ambulatoriais e de menor complexidade.
Com a mudança, os atendimentos de urgência foram redistribuídos entre as demais maternidades da rede municipal. Para Aava, a situação reflete um “desmonte gradual” da saúde materna em Goiânia e exige maior transparência na gestão.