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Justiça suspende criação de taxa da Saneago em Goiânia após denúncia de irregularidades na Câmara

Projeto foi aprovado após mudança de voto e recontagem controversa na Comissão de Finanças


Avatar Por Redação Tribuna do Planalto em 27/06/2025 - 09:27

Lucas Vergílio consegue liminar na Justiça para suspender efeitos da Taxa da Saneago - Foto: Millena Cristina / Câmara Municipal
Vereador Lucas Vergílio ingressou com ação na Justiça para questionar ritos legislativos (Foto: Divulgação)

A Justiça de Goiás suspendeu, nesta terça-feira (25), os efeitos do projeto que cria a Taxa de Regulação, Controle e Fiscalização (TRCF), em repasse maior a ser feito pela Saneago à Prefeitura de Goiânia para regulação. A proposta, prevista no Projeto de Lei Complementar nº 25/2024, também altera pontos do Código Tributário Municipal, e foi alvo de críticas por supostas manobras regimentais durante sua tramitação na Câmara.

A decisão liminar atende ao pedido do vereador Lucas Vergílio (MDB), que apontou vícios no rito legislativo, especialmente durante a votação na Comissão de Finanças, Orçamento e Economia (CFOE).

“A Câmara tem um rito a ser seguido. Se esse rito é quebrado para aprovar um projeto a qualquer custo, isso fere o processo legislativo e coloca em risco a segurança jurídica das leis da nossa cidade. Essa decisão da Justiça é uma vitória da transparência e da legalidade”, afirmou o vereador.

O projeto, de autoria do Poder Executivo, enfrentava críticas desde sua tramitação nas comissões. A principal controvérsia surgiu na votação da CFOE, que aprovou parecer favorável ao texto após uma recontagem de votos e mudança de posição do vereador Anselmo Pereira (MDB).

Reação

A movimentação gerou protestos da oposição e levantou questionamentos sobre a legalidade da votação. Relator original da proposta, o vereador Sanches da Federal (PP) havia apresentado um parecer com emendas que proibiam aumento de cobranças à população, vedavam a taxa do lixo em 2024 e prorrogavam o Refis.

Apesar de inicialmente contar com maioria, o relatório de Sanches foi derrotado após a recontagem viabilizar a aprovação de parecer alternativo apresentado por Lucas Kitão (UB), da base do prefeito.

O presidente da CFOE, vereador Welton Lemos (Solidariedade), foi criticado por não proclamar imediatamente o resultado da primeira votação e por aceitar alteração de voto fora do prazo regimental, segundo vereadores contrários à proposta.

Welton nega irregularidades. Segundo ele, a contagem não havia sido concluída e ainda aguardava os votos de parlamentares que participavam remotamente da sessão.

Rito legislativo

Na decisão, o juiz considerou que a aprovação do projeto, nos moldes em que ocorreu, compromete o devido processo legislativo e viola o princípio da segurança jurídica. Por isso, determinou a suspensão dos efeitos do texto até o julgamento final do caso.

A liminar impede que o prefeito Sandro Mabel (UB) sancione a proposta (apesar de já sancionada) e obriga o presidente da Câmara, Romário Policarpo, e o presidente da CFOE, Welton Lemos, a prestarem esclarecimentos no prazo de dez dias.

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