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Jair Bolsonaro – Réu, mas não fora do jogo

Colunar Poder por Domingos Ketelby


Domingos Ketelbey Por Domingos Ketelbey em 30/03/2025 - 10:23

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Ex-presidente Jair Bolsonado. (Foto: Jucimar de Souza)

A decisão do STF de tornar Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado provocou menos abalo do que se imaginava entre bolsonaristas de Goiás. Nos bastidores, o tom é de indignação — mas controlada. À coluna, o ex-deputado estadual Fred Rodrigues, que recebeu o apoio do ex-presidente na campanha a Prefeitura de Goiânia, em 2024, classificou a decisão como “julgamento de cartas marcadas” e apontou o envio do caso à 1ª Turma do Supremo como “manobra jurídica” para acelerar a condenação antes das eleições de 2026.

A avaliação corrente no partido é a de que o jogo já era esse — e que as estratégias eleitorais foram desenhadas prevendo exatamente esse cenário. “Não muda nada”, disse Fred, ao comentar o impacto da denúncia e os planos dos liberais para as eleições de 2026. O discurso segue ancorado na tese de que Bolsonaro é vítima de perseguição institucional, narrativa que já vem sendo explorada há anos e que, segundo Rodrigues, “a população já entendeu”.

Liberais ainda evitam comentar sobre algum “Plano B” a Bolsonaro, tamanha é a confiança em uma reviravolta no jogo político e o ex-presidente esteja nas urnas ano que vem.

Apesar de negarem que se cogite uma alternativa, a coluna ouviu de diversas lideranças os nomes da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas como principais cotados para encabeçar quaisquer candidaturas — com articulações discretas em andamento. A possibilidade de uma chapa com o senador Ciro Nogueira (PP) como vice também circula nos bastidores conservadores, ainda que de forma tímida.

Caiado mesmo, por ora, está fora do radar da cúpula liberal. Não apenas por seu partido ter ministérios no governo Lula, mas porque, segundo uma liderança bolsonarista, “não inspira confiança no núcleo duro do bolsonarismo”. O governador goiano tem evitado a radicalização no discurso político, focando em críticas ao PT e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas evitando partilhar das bandeiras compartilhadas em hordas bolsonaristas.

No fim das contas, o que mais incomodou os bolsonaristas goianos não foi Bolsonaro virar réu — isso já estava no script. A denúncia da PGR e o acolhimento pelo Supremo apenas confirmam o que o grupo já considerava inevitável. No entanto, longe de enfraquecer o ex-presidente, a leitura interna é que o processo penal fortalece a narrativa de perseguição e mantém acesa a base mobilizada. Réu no STF, Jair Bolsonaro segue sendo o eixo em torno do qual a direita se organiza — em Goiás e no país. O PL já sabe: com ele ou por ele, o projeto permanece de pé.

EFEITO TRUMP: Réu por tentativa de golpe, Jair Bolsonaro segue como eixo das articulações da direita em Goiás — e do Brasil. No PL goiano, a ordem é manter a fidelidade. A aposta? Que, assim como Trump, ele siga liderando, e consiga reverter o quadro inelegível, estando nas urnas em 2026 apto para ser votado. “Nosso candidato é Jair, Messias e Bolsonaro”, reforça Fred Rodrigues à coluna.

Plano B, sim. Mas só em off

Mesmo com o discurso público de que Bolsonaro será candidato em 2026, nos bastidores os nomes de Michele Bolsonaro e Tarcísio de Freitas já circulam como alternativas viáveis. Ciro Nogueira, em tese, articula para estar na vice de um deles.

E Caiado?

Para o núcleo bolsonarista do PL, o governador de Goiás não inspira confiança e tampouco viabilidade dentro da direita “raiz”. 

Paz à toga

Em entrevista ao Metrópoles, Caiado optou por uma postura de conciliação no STF e disse que não é o momento para discutir impeachment de ministros. “Agora [a oposição] só fala em caçar ministro. A que ponto nós estamos chegando?”, indagou. 

Problema

Se não converter a inelegibilidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem indicado que deverá entregar seu apoio a quem compartilha de uma pauta cara para seu eleitorado: o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, especialmente, aquele que mais tirou o sono dos mais ideólogos: Alexandre de Moraes. 

Sigamos

Mesmo com pressões, Caiado truca as adversidades prévias ao lançamento de sua pré-candidatura à presidência da República e banca para o dia 4 de abril, em Salvador, o lançamento do projeto.

E a federação com o PP?

Na mesma entrevista ao Metrópoles, Caiado destacou que são “coisas distintas”. “A partir do lançamento da minha pré-candidatura eu começo a andar pelo Brasil”, salientou. “A posição em relação à federação é um assunto que vai ser discutido em convenção nacional. É um detalhe complexo para fazer um diagnóstico antecipado”.

Voto contrário
Caiado, entretanto, tem mostrado posição contrária em relação à Federação com o PP e reforça que Bolsonaro não está descartado em 2026. Cita, inclusive, o exemplo de Lula, que chegou a ser preso. “Hoje ele é presidente da República”, pontuou.

1 – Mabel

O prefeito Sandro Mabel (UB) comprou briga com bares e restaurantes após fiscalizações

2 – barra

Que reclamaram ‘pirotecnia midiática’ e pouca efetividade na emissão de alvarás no Paço

3 – Crise

Em um primeiro teste com o setor produtivo, Mabel prometeu solucionar os problemas.

Mabel x setor produtivo

Uma das primeiras tensões de Mabel na gestão não foi com os vereadores, mas com o setor produtivo, por meio dos bares e restaurantes. A troca de farpas durou alguns dias na semana que se passou. Chama atenção que o segmento aprovou massivamente a campanha do eleito.

Tudo certo

Após articulação do vereador Thiallu Guiotti, que reuniu representantes do Sindibares e da Abrasel-GO com o prefeito, Mabel prometeu mutirão para regularizar a situação. O evento ainda não tem data para acontecer, mas deixou os empresários satisfeitos.

Lembrança

Mabel não só recebeu apoio do setor como é amigo pessoal de muitos dos proprietários. Como ex-presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), o prefeito tinha assento cativo nas reuniões do Fórum de Entidades Empresariais (FEE).

Motivacional

Três meses após o prefeito Rogério Cruz (SD) ter deixado o cargo, o pastor licenciado da Universal mantém mistério com relação ao futuro. O ex-chefe do executivo tem atualizado as redes sociais com mensagens motivacionais sobre a esperança de um mundo melhor.

Com a palavra…

“O sucesso consiste em levantar mais de uma vez depois de cair. Não desista”, publicou Rogério Cruz na última quinta-feira (27). “Quando você acredita em propósitos, todas as manhãs são oportunidades”, escreveu no dia seguinte. Sempre que procurado, ele evita o contato com a imprensa e jornalistas.

Defesa

Após o governador Ronaldo Caiado (UB) fazer críticas à suposta perseguição de Lula e da gestão federal, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu e citou investimentos do governo petista em Goiás que chegam a R$ 7 bilhões. 

Apaziguou?

O prefeito Leandro Vilela (MDB) passou a última quinta (27) despachando com vereadores na Câmara Municipal. Aproveitaram para almoçar juntos. No cardápio, política, porco e carneiro. Algumas reclamações também foram pontuadas. Pontuaram por espaços. O emedebista ficou de ver ponto a ponto. 

Positividade

Dieyme Vasconcelos, do PL, que apoiou o professor Alcides Ribeiro nas eleições, gostou do que viu. “Balanço foi positivo. O prefeito saiu da Prefeitura e foi até a Câmara. Foi um gesto que ele quer levantar bandeira branca com o legislativo. Ele reconheceu que as palavras sobre cabide de emprego não foram felizes e que quer de fato voltar a harmonia com a Câmara. Deixou toda a disponibilidade do secretariado, que sofria algumas reclamações. O secretário é do povo, não é do vereador. Isso tudo vai ser resolvido”, destacou.

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