Em pouco mais de 100 dias à frente da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o prefeito Leandro Vilela (MDB) começa a virar a página de um cenário de caos administrativo, herdado da gestão anterior, capitaneada pelo ex-prefeito Vilmar Mariano (UB), e a consolidar uma aliança política que tem garantido estabilidade e novos investimentos para o município. Com uma dívida superior a R$ 500 milhões, o novo governo apostou em medidas austeras, diálogo com o Legislativo – apesar de um início com pequenos ruídos – e forte articulação institucional para reorganizar a cidade e retomar obras e serviços essenciais à população.
Desde a posse, Leandro e o vice-prefeito João Campos (Podemos) se debruçaram sobre o passivo financeiro deixado, que incluía salários e rescisões não pagos a servidores, dívidas com fornecedores, repasses suspensos ao transporte coletivo e até o risco de fechamento do Hospital Municipal de Aparecida (HMAP), administrado pelo Hospital Albert Einstein. Só o calote na folha de dezembro foi de R$ 58 milhões. A nova gestão negociou com os servidores e quitou os débitos em três parcelas. Já as rescisões dos exonerados no fim do ano, estimadas em R$ 40 milhões, começaram a ser pagas neste mês.
“A cidade estava um caos. Mato alto, ruas esburacadas, unidades de saúde sem insumos, servidores sem salários. Um desgoverno total”, resume o prefeito à Tribuna do Planalto. Ele cortou pela metade o número de cargos comissionados e iniciou, logo na primeira semana, uma força-tarefa para retomar a limpeza urbana, tapar buracos e restaurar a iluminação pública. Obras emergenciais como o recapeamento do viaduto do anel viário no Papillon Park e a recuperação da ponte da Avenida Toledo, na Vila Brasília, foram concluídas em tempo recorde.
Apesar de ruídos iniciais com a Câmara Municipal – agravados por declarações polêmicas durante a inauguração da nova Delegacia da Mulher – Leandro Vilela atuou para restabelecer o diálogo com os vereadores e pacificar a relação entre Executivo e Legislativo. O prefeito chegou a despachar pessoalmente na Câmara, atendendo individualmente todos os parlamentares, em um gesto raro de aproximação política. O movimento foi coordenado pelo presidente da Casa, Gilsão Meu Povo (MDB), que tem sido peça-chave na governabilidade. Não há uma liderança de governo, porque na avaliação da Cidade Administrativa, sequer há a necessidade. “Afinal de contas, não há oposição”, avalia uma fonte próxima ao prefeito.
Com o apoio do governo federal, do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do setor produtivo, a cidade começou a receber reforços importantes. Nos primeiros 100 dias, foram entregues 8 novas ambulâncias ao Samu, iniciada a construção de 768 apartamentos populares, avançaram as obras no Distrito Agroindustrial Norberto Teixeira (Dianot) e foi assinada uma PPP para modernização da iluminação pública.
Compromissos com as mulheres
A gestão também tem dado atenção especial à pauta das mulheres, cumprindo compromissos assumidos na campanha. Foram nomeadas sete mulheres para o primeiro escalão e fortalecida a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, que estruturou a rede de proteção no município. Em março, foi realizada a primeira edição do Circuito das Mulheres Aparecida, corrida de rua com apoio do setor privado. Ainda no Mês da Mulher, a nova sede da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) foi inaugurada no setor Veiga Jardim.
A atuação integrada com o governo estadual já rendeu resultados. O Estado anunciou a instalação de um Restaurante do Bem na cidade e iniciou a licitação das obras do eixo viário que ligará a região do Vale das Pombas à GO-020. Com a regularização de contratos e o pagamento de R$ 13 milhões ao Banco Andino, a prefeitura lançará um pacote de obras que inclui a duplicação da ponte da Avenida Uirapuru, novos eixos estruturantes e a construção de uma trincheira entre os setores Pontal Sul e Itapuã. O volume total de investimentos passa dos R$ 72,7 milhões.