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Nossos clubes querem subir para a Série A?


Herivelto Nunes Por Herivelto Nunes em 21/12/2024 - 06:00

A falta de ousadia e planejamento nos tempos goianos os mantém estagnados na Série B, mesmo com discursos de acesso.
A falta de ousadia e planejamento nos tempos goianos os mantém estagnados na Série B, mesmo com discursos de acesso. Foto: Freepik

Existe uma grande distância de planejamento entre clubes que entram em uma competição para permanecer e aqueles que tem objetivos claros de subir para uma divisão superior. No caso de Goiás, Vila e Atlético, o discurso é de acesso para a Série A, mas até agora, as intervenções no mercado da bola indicam que os três querem mesmo é a permanência na série B. Nenhuma contratação capaz de empolgar o torcedor. Os jogadores contratados ou especulados até aqui são atletas da série B e livres no mercado.

O Goiás anunciou a contratação do atacante uruguaio Facundo Barceló, que foi reserva do Ceará na série B. Jogador “andarilho”, sem nenhum destaque maior por onde passou. Contratou também o lateral direito Willean Lepo, que jogou pelo Vitória esse ano, mas não foi titular. O Vila contratou um time inteiro de jogadores da série B e o Atlético vai no mesmo caminho. Aí vem o velho discurso do pequeno orçamento da série B, que impede maior ousadia nas contratações.

Vai entender os entender os dirigentes. Se estão na serie A, com o caixa abarrotado, alegam que o mercado está inflacionado, montam times ruins e acabam rebaixados. Se estão na série B, lamentam o baixo orçamento para montar times competitivos. E assim vamos caminhando para a consolidação do futebol goiano em nível de série B. Dos três, o Goiás sempre conseguiu driblar essas dificuldades orçamentárias negociando muito bem jogadores da base, como fez com Luvanor, Cacau, Zé Teodoro, Túlio Maravilha, Carlos Magno e muitos outros. Hoje nem isso, a base do Goiás não produz mais bons jogadores.

Falta ousadia. O Goiás tentou Luiz Fernando, perdeu para o Atlético Paranaense. Negociou a renovação de contrato com Dieguinho, que preferiu ir para o Ceará. Não conseguiu sequer renovar com o volante Juninho, um bom jogador, sem falar em Paulo Baia e Willian Mateus, que provavelmente também não ficarão. O Atlético também não conseguiu segurar Luiz Fernando. Nem Goiás nem Atlético deram conta de contratar com Luiz Fernando, um jogador apenas razoável, que não desperta o interesse de times da série A. Já passou pelo Botafogo e pelo Grêmio de Porto Alegre, onde foi apenas um bom reserva. Só jogou no Atlético Goianiense. E o futebol goiano não consegue segurar.

A queixa orçamentária faz com que nossos clubes fiquem de olho no mercado dos jogadores disponíveis. Se vier de graça, tá contratado. Se tiver que pagar, esquece. Talvez a SAF venham resolver essa situação, mas não acredito. Nossos times tem “donos” e eles não abrem mão do poder, dos holofotes, das viagens, das pequenas glórias que o futebol goiano consegue conquistar. Falam em SAF, mais para dar uma satisfação a seus torcedores, mas não avançam nessa direção.

Herivelto Nunes

Herivelto Nunes é Jornalista, com Pós Graduação em Gestão de Pessoas, Liderança e Coaching

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